O Himalaia sob uma perspectiva vertical
Em Far Cry 4, a Ubisoft Montreal convida o jogador para conhecer Kyrat, o paraíso vertical do Himalaia e lar de Pagan Min, um déspota que, apesar de usar um traje rosa choque aparentemente inofensivo, mata por hobby e não admite ser contrariado. O protagonista é Ajay Ghale, um jovem nativo de Kyrat que retorna à sua terra natal para cumprir o último desejo de sua falecida mãe: levar as cinzas até uma região sagrada para a execução de um ritual.
Ghale não esperava uma recepção tão calorosa, literalmente. Na verdade, calorosa até demais, pois nosso herói é recebido com coquetéis molotov, granadas e flechas flamejantes de caçadores. Tudo dentro do esperado, já que Ajay sabia de antemão que acabaria encontrando uma guerra civil iniciada pelo Exército Real, fruto de um regime autoritário.
No decorrer da jornada, o personagem acaba descobrindo que seu pai foi o fundador do Caminho Dourado, um movimento que pretende exterminar o regime ditatorial que assola a região.
A história é aparentemente mais densa do que a trama adolescente de Far Cry 3, mas a falta de carisma dos personagens subtrai o potencial da trama. No caso de Ajay, por exemplo, os diálogos que envolvem o rapaz são tão interessantes quanto ficar preso em uma fila de banco.
Curiosamente, os momentos mais interessantes da trama são interpretados por Pagan Min. O jeito sádico do vilão, aliado ao excelente trabalho de dublagem (aliás, o jogo está totalmente português), conseguiu elevar a qualidade narrativa.
Desbravando Kyrat
Kyrat é uma região única. Fica até difícil lembrar de algum outro título que conseguiu abordar tradições do hinduísmo e budismo com tanta maestria. A partir do momento em que você colocar os pés no paraíso fictício de Far Cry 4, não há meditação budista que o faça ir embora.
Seguindo à risca a fórmula que consagrou Far Cry 3, o mais novo game da franquia oferece um universo imersivo e totalmente explorável, com uma diversidade étnica de encher os olhos e uma fauna que representa muito bem o sul da Ásia.
O game está recheado de cadeias montanhosas cobertas de neve, planícies constituídas por belíssimos rios (cuidado, pois eles abrigam o peixe-demônio, talvez a espécie mais trabalhosa de capturar) e florestas exuberantes.
Ainda que a dinâmica de exploração seja muito parecida com a de seu antecessor, o Himalaia é de longe muito maior e mais convidativo. Isso porque existem inúmeras atividades acontecendo ao mesmo tempo.
Durante o gameplay, é complicado focar unicamente nas missões da história, já que você certamente vai encontrar vida selvagem pelo caminho, além das marionetes armadas de Pagan Min. Para concluirmos esta análise, tivemos que nos concentrar na campanha, afinal, gastamos cerca de 15 horas apenas “craftando” e vagando livremente.
Elefante: o melhor amigo do nativo de Kyrat
Jet skis (quem jogou Far Cry 3 vai lembrar deles) são perigosos; elefantes são legais. Pois é, explorar Kyrat acompanhado por mamíferos grandalhões é uma experiência única. Aqui, é possível utilizá-los como um meio de transporte e também como uma arma mortal.
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